Jackson de Jesus

Jackson de Jesus at

... estou orgulhoso de mim, escrevi mais um texto que ninguém vai ler:
https://meiotexto.wordpress.com/2019/02/26/sobre-software-livre/
meu caro, que delícia ler esse seu texto!  um tanto longo, verdade, mas com tanta informação que a tamanho se justifica.
se me permite alguns reparos (ou mesmo que não permita, já que estou escrevendo antes de receber sua permissão ;-) há 3 pontos principais que me causaram algum desconforto:
1. achei meio estranho usar o site twitter como exemplo de software privativo; embora a linha entre programa e serviço prestado através de site possa ser difícil de perceber, creio que temos mais a perder que a ganhar endossando essa confusão.  usados pelo twitter não estão rodando software do twitter (à exceção do javascript), mas recebendo um serviço prestado através de software.  o software é (presumivelmente) livre para seu único usuário, o próprio twitter que o desenvolveu, mas o serviço de comunicação não é software livre, não porque não seja livre, mas porque não é nem software
2. senti um foco um pouco exagerado no direito autoral como raiz dos males que levaram ao software privativo.  isso me parece uma confusão de causa e efeito bem familiar (porque eu mesmo fui vítima dela :-), mas não é difícil superá-la: imagine que não houvesse direito autoral, ou que essa lei não se aplicasse a software.  você acha mesmo que deixariam de fazer software privativo, ou que deixaria de existir distinção entre software livre e privativo?  parece-me certo que o direito autoral seja um dos dispositivos jurídicos usados para exercer controle sobre terceiros e com isso buscar aumentar lucros, tanto no que diz respeito a software quanto música e filmes, mas note que privação de código fonte por meio de segredo, assim como a imposição/limitação de comportamentos através de DRM, não guardam relação com direito autoral, ainda que com ele se confundam por atenderem ao mesmo familiar objetivo de controle sobre terceiros
3. logo após a citação do direito de não ler, há uma frase que parece alimentar a comum confusão de que licenças de software livre são apenas as licenças copyleft, que não só respeitam as liberdades como as defendem e preservam.  embora o imperativo ético esteja sim presente na ideologia do software livre, isso não se traduz na exigência de tal obrigação mediante licenças.  para que o software seja livre, basta que a licença respeite as liberdades; licenças Apache, BSDs e MIT/X11 são de fato licenças de software livre, mas já ouvi até de diretores da OSI a falsa proclamação de sua maior flexibilidade no que diz respeito às licenças permissivas flexíveis.
muito obrigado por compartilhar o texto; falsamente, lamento contradizer sua suposição de que ninguém o leria :-)

Alexandre Oliva at 2019-02-26T08:53:09Z

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Bom dia Oliva, fico muito feliz (mesmo) que tenha lido, gostado e mais ainda (de coração) que tenha apontando (de forma gentil) correções para meus deslizes. Se existem pessoas que podem falar sobre software livre com propriedade, uma delas certamente é você. E obviamente, vou refletir sobre cada uma de suas notas.

Seu comentário, principalmente pela parte das correções, é o tipo que eu gostaria de sempre receber nos textos que publico, simplesmente porque (como sempre aviso, mas desta vez eu esqueci, rs), eu posso sempre estar enganado em quaisquer aspectos de meus pensamentos (como você bem pode observar no texto em questão). E isso não é ruim (estar errado), desde que não seja de má fé e que também se busque escapar dos equívocos (suponho que concorde com isso); o meu caso.

Por isso, se você quiser publicá-lo lá no texto, eu me sentiria honrado. Caso não queira (e não precisa justificar), eu pediria (se não for pedir muito, rs) que pelo menos comentasse com alguma nota apontando os equívocos que você detectou, para alertar os possíveis outros leitores. Geralmente eu reviso alguns textos (e eles sabem) para republicação posterior, principalmente os que considero importante.

Este texto foi um tipo de desabafo organizado (mais ou menos, rs), pensando principalmente nas pessoas próximas a mim, para introduzir o tema que acredito, elas nunca ouviram falar; por isso tentei simplificar as coisas. Mas se esta tentativa causar mais confusão, eu falho nos meus objetivos. Por isso vou rever com atenção os pontos que você marcou. Se tiver sugestões de leituras que possam me ajudar, ficaria feliz também. E mais uma vez, muito obrigado.

Jackson de Jesus at 2019-02-26T12:10:24Z

opa, não tinha atentado para a possibilidade de comentar lá mesmo (com todos os javascripts e recursos de páginas diferentes bloqueados, fica tudo meio zoado).  tentei copiar o comentário daqui pra lá, ele aceitou minha autenticação, mas o comentário não tá aparecendo (ainda?).  por favor confirma se entrou ou se é pra eu tentar de novo.  valeu!

Alexandre Oliva at 2019-02-26T17:41:44Z

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