géneros
É difícil encontrar quem discuta de uma
forma livre de preconceitos e casuística o assunto da igualdade de
género. Para muitos o mais difícil é discutir igualdade quando, na
prática, falamos de coisas diferentes, ou seja, discutir igualdade
quando culturalmente foram criados e cresceram numa sociedade amplamente
desigual. A igualdade de género e de géneros é um assunto de momento,
falam-se menos de outras igualdades como a igualdade de oportunidades à
nascença para quem têm origens muito diferentes. Nesse campo a
modernidade já fez questão de dizer que a culpa de quem não tem as
mesmas oportunidades é dele e somente dele, que não soube vencer nem
adoptar uma postura vencedora. No caso da igualdade de género o discurso
é diferente, perdem-se mais a discutir os campos que as essências, de
um lado feministas, do outro machistas ainda de outro humanistas.
Discutir a igualdade de género não é mais do que afunilar uma discussão
que é a da igualdade entre seres humanos, independentemente do género,
da sexualidade, da etnia, da origem social, da beleza, da moda, etc.
Discutir a igualdade de género é exigir aquilo que é óbvio, é uma
questão de direitos humanos, que temos todos os mesmos direitos e
direito a oportunidades e como tal merecemos todos igual tratamento e
respeito. E se vivemos cada vez mais numa sociedade atenta à
desigualdade, nomeadamente quando falamos de género, sexualidade, raça,
perdemos um pouco a luta por uma sociedade que defenda a igualdade de
oportunidades para aqueles que não nasceram em famílias com capacidade
económica, educativa, cultural, ou mesmo longe dos grandes centros
urbanos. A liberdade só é possível se olharmos para todos com os mesmos
olhos e estendermos a mão independentemente da origem ou características
de cada um. A sociedade moderna, as suas empresas, os seus governos,
não facilitam, as escolas não ajudam, os bairros, a pobreza tudo luta
contra a igualdade. E é o ciclo de pobreza que devemos combater, não só
pobreza material mas também da pobreza de valores. Uma sociedade rica é
uma sociedade que sabe respeitar a diferença mas também é solidária, e
que grita contra a competição exagerada e promove a compaixão. Estou
farto deste mundo onde não há igualdade nem respeito pelos géneros,
sejam eles quais forem. Estou farto.